segunda-feira, 8 de junho de 2009

DE NADA ADIANTOU



Quando um belo sorriso de mulher propagar juras de amor eterno, tens que rever todo um conceito que aprendera sobre a palavra amor e jamais se entregar de corpo e alma, pois nas sentenças propagadas pelos rubros lábios da felina, oculta esta sua sinceridade e sua verdadeira querência.
O coração de mulher é um oceano de segredos e quem ousa mergulhar nessas águas turvas, fatalmente vai se deparar com a terna peçonha deslizando nos prisma de suas negras lágrimas.
A felicidade estampada no rosto de Cornélio de Freitas contrapunha toda e qualquer maledicência que viria um dia após a noite mais sublime que passara nos últimos vinte anos.
Acabara ele de comemorar mais um ano de vida ao lado de Sofia, a mulher que o destino lhe presenteara como companheira solitária e como no teatro do absurdo, subitamente retirou seu solo cravando no peito a lança a chaga do ciúme. Este a muito superado veio à tona com a dissimulação ao receber a mensagem em seu celular.
A mão tremula da felina contrapunha as explicações emanadas em suas palavras e na mais tradicional forma de se desvencilhar de um calor em busca de outro, provoca uma guerra de palavras, e no falso desespero com o semblante carregado, deixa seu acalanto gargalhando intimamente comemorando seu estratagema, pois conseguira ludibriá-lo, como se ele nunca tivesse utilizado de tal artifício em sua vivencia com mulheres outras.
Contrito pelo questionamento feito a sua amada, Cornélio em seus pensamentos solitários concluiu que deveria se fazer de otário, assim estaria dando o aval necessário à perfídia de Sofia, mas a testosterona mais alto falou!
De nada adiantou os diálogos prévios permitindo as aventuras conjugais, quando a possessividade e embuste imperou, veio à tona toda ira juvenil revivendo um passado esquecido no tempo.
Oposições constantes sempre fizeram parte do casal e num desses enredos, uma sucessão de erros fizeram com que ambos tragassem as amarguras encontradas na trilha da paixão e mais uma vez a história se repete pela intransigência mesquinha de pensamentos dispares.
Diante do dialogo iniciado e jamais concluído a mulher numa só palavra resumiu todo seu sentimento:
- Cansei.
Quebrando assim seu brinquedo e o fantoche ganhando vida própria como nas estórias em quadrinho, rompe as amarras das desavenças e sentado espera no canto da sala.
Quem?
Realidade ou quimera?



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